AECOPS - Associação de Empresas de <br>Construção e Obras Públicas

 
Nova ponte de Entre-os-Rios inaugurada na semana passada  
12/02/2004
 
A segunda ponte de Entre-os-Rios foi inaugurada na passada sexta-feira, representando um investimento da ordem dos 36 milhões de euros, montante onde se inclui a construção dos respectivos acessos.
A travessia, denominada Nova Ponte sobre o Douro, une os concelhos de Penafiel e Castelo de Paiva, integrando o IC 35, uma via que irá ligar a cidade de Penafiel ao IP 5, em Sever do Vouga.
Segundo anunciou o Primeiro-Ministro, Durão Barroso, para breve está também a abertura do concurso para a construção dos novos lanços do IC 35, que permitirão ligar Entre-os- -Rios a Penafiel e Castelo de Paiva a Sever do Vouga, num total de 75 km de extensão.
No que concerne aos trabalhos já em curso, Durão Barroso salientou que estão a decorrer os processos de expropriação para o troço entre a Ponte do Arda e a EM 504, no âmbito da variante à EN 222. A montante da Nova Ponte sobre o Douro estão já em construção os 4,8 km de via no sentido de Castelo de Paiva, prevendo-se a sua abertura ao trânsito para breve.
Situada a montante da antiga ponte Hintze Ribeiro, a Nova Ponte sobre o Douro tem 562 m de extensão, sendo composta por uma única via de rodagem em cada sentido. Esta ponte, que constitui a primeira fase do IC 35, tem início na EN 108, terminando com uma ligação à EN 224 e aos Cais da Sardoura.
Contudo, para que a nova ponte seja eficaz no que se refere ao escoamento do trânsito e à melhoria das ligações entre o concelho de Castelo de Paiva e o Porto será ainda necessário completar algumas obras viárias. Assim, faltam construir as variantes à EN 108, em Entre-os-Rios, e à EN 224, tal como os 6,0 km entre a EN 108 e a EN 222.

Peritos identificam responsáveis

Entretanto, o relatório pericial elaborado pelos peritos que estudaram a causa da queda da ponte Hintze Ribeiro foi já entregue no tribunal.
Segundo o referido documento, elaborado a partir de um pedido do Tribunal de Castelo de Paiva, o rebaixamento do leito do rio Douro, a causa do desabamento do pilar 4, ficou a dever-se à actividade de extracção de areias e a fenómenos naturais, em particular à sucessão de cheias registada em 2001.
Os peritos adiantam que as duas causas contribuíram para a falência da estrutura, sendo que a importância da extracção de inertes teve um peso da ordem dos 80 por cento e os fenómenos naturais representaram 20 por cento.
O relatório acrescenta que o processo de erosão mais importante verificado junto à ponte foi causado pela extracção de areias, caracterizando-o como um processo artificial facilmente reconhecível nos levantamentos. Contudo, refere não ser possível fazer a quantificação exacta dos volumes de areia que desapareceram no fundo do rio.
No que respeita à conduta do projectista responsável pelos trabalhos de alargamento e reforço da ponte e do dono da obra, os peritos referem que estes deveriam ter encarado de uma forma mais cuidada os estudos existentes à data.
Também os responsáveis pela travessia, nomeadamente a Direcção de Serviços de Pontes da ex-Junta Autónoma de Estradas, deveriam ter sido mais cuidadosos. Segundo o relatório, os levantamentos efectuados em 1988 revelavam já que o pilar 4 não apresentava condições de segurança, uma vez que a distância entre o fundo e a base da fundação, na ordem dos 8,0 m, era inferior ao considerado seguro, ou seja, de 13 m. Como tal, o descalçamento do pilar era previsível se estudado pelas autoridades responsáveis pelo domínio público hídrico e pela manutenção da travessia.
A protecção da estrutura teria sido uma medida vantajosa, consideram os peritos, uma vez que a realização de um enrocamento faria diminuir a erosão localizada. Por outro lado, faltou também fazer o cruzamento das informações contidas nos diversos estudos.
O Tribunal dará início ao debate instrutório a 18 de Março próximo, sabendo-se então quem irá a julgamento de um grupo de 29 arguidos onde se incluem técnicos da extinta Junta Autónoma de Estradas, o responsável de uma empresa de projectos, o antigo president